Em 2022, o Projeto Meros do Brasil deu um grande passo pela conservação do mero em seus locais de ocorrência. Envolvendo o Brasil, as Américas do Norte, Central e Sul e também a África, durante a Conferência do Oceano das Nações Unidas de Portugal foi lançada a Rede de Conservação Meros do Atlântico.
Formada por investigadores e instituições com mais de duas décadas de experiência, a iniciativa inédita pelos meros (Epinephelus itajara) tem o objetivo de expandir as fronteiras do conhecimento e trocar experiências com investigadores e stakeholders (governo, pescadores, sociedade civil) de países com situações distintas quanto às medidas de conservação da espécie e dos habitats marinhos costeiros.
O que é a Rede Meros do Atlântico?
A “Rede de Conservação dos Meros do Atlântico” é uma iniciativa do Projeto Meros do Brasil para reunir parceiros em um esforço global pela conservação do senhor das pedras, o mero (Epinephelus itajara). Viva o #ODS17!
Por que a criação desta Rede é importante?
Para conhecer melhor o estado de conservação dos meros ao longo de toda sua área de ocorrência.
Classificada hoje como Criticamente Ameaçada (CR) no Brasil, e mundialmente como Vulnerável (VU), ainda há lacunas de conhecimento para a espécie em vários locais, e inclusive existem áreas que apontam para o seu completo desaparecimento.
A criação da “Rede de Conservação dos Meros do Atlântico” num primeiro momento busca unir os esforços de pesquisa e conservação, buscar novas parcerias e fortalecer as existentes, montar um plano de ação global, e por fim, socializar e democratizar o conhecimento já obtido sobre os meros.
Por que somar esforços pela conservação dos Meros?
A partir do conhecimento das realidades locais e regionais, a atuação em rede nos permitirá montar um mapa de ameaças e oportunidades, e assim atuar de forma conjunta e mais assertiva na proposição de esforços pela conservação dessa que é a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico e um elo fundamental para o equilíbrio da cadeia da vida
Qual a relação entre o Atlântico e os meros?
O mero é uma espécie dita Anfi-Atlântica, ou seja, ocorre tanto na margem leste, quanto na oeste do Oceano Atlântico. Originalmente está distribuída no Atlântico Oeste, da Flórida, passando por todo golfo do México e Caribe até o sul do Brasil em Santa Catarina. Já no Atlântico Leste, do Senegal até Cabinda, em Angola.
O que a proteção dos meros em outros países do Atlântico tem a ver com a conservação da espécie no Brasil?
O mero é uma espécie com ampla distribuição, ultrapassando fronteiras. Em cada local suas populações enfrentam realidades distintas, desde a total proteção, até a sua pesca sem qualquer regulamentação. É conhecido que os meros podem realizar migrações de centenas de quilômetros durante seu período reprodutivo e garantir que o período da reprodução seja protegido já é uma grande medida de conservação. Conhecer diferentes realidades de conservação da espécie, políticas e pesquisas, pode gerar um importante intercâmbio de conhecimento e auxiliar na definição dos rumos futuros quanto à conservação e estudo da espécie no Brasil.