O mero (Epinephelus itajara) é um peixe que habita o oceano Atlântico, desde o sul do Brasil até a costa leste dos Estados Unidos. Todos os anos, durante curto período de tempo, estes enormes animais se reúnem no fenômeno que é conhecido como agregação reprodutiva. Ao longo da história, a quantidade de meros nestas agregações e o tamanho destes animais os tornaram alvos da pesca, tanto por razões esportivas quanto comerciais. Assim, não demorou para que a espécie chegasse à beira da extinção.
Hoje, por meio de um sério esforço de pesquisa, o mero está protegido e listado como vulnerável pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). No Brasil, a moratória da pesca do mero garante a proibição da captura, comercialização e transporte destes animais até 2023. Decisão subsidiada, em muito, pelos trabalhos realizados pelo Projeto Meros do Brasil e seus parceiros nos últimos 16 anos. Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, sem conhecimento prévio de causa, a pressão política com interesses parciais, tem tentado reabrir a pescaria do mero.
Este vídeo, produzido pelos parceiros do Projeto Meros do Brasil na Flórida, entre esses o Professor da Universidade da Flórida Dr. Chris Koenig, mostra que, na prática, a pesca do mero vem sendo realizada em algumas regiões. Por isso, apesar do aumento do número de indivíduos nos últimos anos, as populações já podem estar em declínio novamente.
O vídeo tem como objetivo apresentar os motivos da proibição da pesca de meros na Flórida e alertar que, caso seja liberada a captura, o risco de declínio é muito grande, não apenas pela iminente extinção da espécie, mas também por fatores como a contaminação da carne do mero. Por ser um animal topo de cadeia, Epinephelus itajara acumula poluentes absorvidos das espécies predadas, especialmente o mercúrio. Sua liberação para o consumo humano seria uma irresponsabilidade.
Finalmente, o fato do setor turístico estar cada vez mais interessado no mero como atrativo para o mergulho contemplativo é mais um motivo que justifica sua proteção. O valor de um mero vivo, que movimenta a indústria do turismo – desde companhias aéreas até operadoras de mergulho-, é muito maior do que de um mero servido em uma refeição.
O vídeo abaixo mostra imagens de Epinephelus itajara em seu habitat natural, no sul da Florida, e entrevistas com pesquisadores e especialistas na área como o pescador aposentado Don DeMaria, o Dr. James Locascio e o próprio Dr. Chris Koenig. Assista ao vídeo:
O Projeto Meros do Brasil é realizado pelo Instituto Meros do Brasil em parceria com nove instituições de ensino e pesquisa comprometidas com a conservação marinha ao longo da costa brasileira. O PMB conta com o patrocínio Petrobras através do Programa PetrobrasSocioambiental Petrobras