Com o objetivo de apresentar e divulgar o turismo brasileiro, as experiências e tendências de diversos pontos do país, foi realizado, em São Paulo, entre os dias 1 a 5 de julho, a quarta edição do Salão do Turismo, que se estabeleceu como o maior evento do turismo nacional. O evento contou com a Feira de Roteiros, que detalhou os diferentes pontos turísticos; a sessão Vitrine Brasil, evidenciando o artesanato, cultura e gastronomia típicas de diversas regiões, Área de Comercialização, que apresentou e ofereceu pacotes, passagens e hotéis; também com o Núcleo de Conhecimento onde foram realizadas as palestras, troca de experiências e apresentados os projetos; além da Rodada de Negócios espaço reservado para o encontro entre fornecedores locais e grandes operadoras a fim de promover a comercialização de produtos turísticos.
O Projeto “Meros do Brasil”, patrocinado pela Petrobras Ambiental, aproveitou o evento para divulgar as ações, fazer contatos com os participantes, trocar experiências e apresentar o potencial de turismo, tendo o Mero como espécie bandeira. “Pudemos discutir com diferentes expositores a possibilidade de um turismo contemplativo, tendo o Mero como foco central de um turismo de base comunitária, por exemplo”, explica o gerente-executivo e representante da rede “Meros do Brasil” no Salão do Turismo, Paulo Beckenkamp, que visitou estandes, participou de palestras relacionadas ao ecoturismo de base comunitária e social e percorreu o evento para buscar parcerias.
Um dos objetivos do projeto “Meros do Brasil” é justamente investigar alternativas sustentáveis de geração de renda, através da preservação da espécie, agregando um valor social a um projeto de conservação marinha. Uma das formas é através do turismo, a partir do mergulho contemplativo/interpretativo direcionado à espécie. O ponto focal de Caravelas, BA, já vem desenvolvendo esta possibilidade na região de Abrolhos.
Beckenkamp esteve no estande da Secretaria de Turismo de Bonito (MS) um dos pontos turísticos mais procurados do país, e que mostra um importante exemplo. “Bonito sabe muito bem realizar um turismo interessante e sustentável, lá é proibido qualquer tipo de pesca e a cidade consegue se manter das atividades do turismo contemplativo”, explica. “Daí que podemos concluir e investir na idéia de que mais vale um Mero vivo, que pode propiciar um contato direto com a natureza, do que morto”.
No estande da Cooperostra (Cooperativa de Ostra de Cananéia – SP) o representante do Meros do Brasil discutiu a possibilidade de intercâmbio entre os extrativistas de Cananéia com os ribeirinhos de Caravelas (BA), para trocar experiências, discutir potencialidade e tecnologias para incrementar o trabalho e, conseqüentemente, a geração de renda.
Contatos também foram feitos com representante da Revista Pesca e Companhia, que aproveitou para divulgar mais uma edição do Trade Show – Feira de Negócios de Pesca, marcada para acontecer entre os dias 5 e 7 de novembro, em São Paulo.
Turismo de base comunitária
Durante o evento, o Ministério do Turismo aproveitou para lançar a publicação “Turismo de Base Comunitária: Diversidade de Olhares e Experiências Brasileiras”, que apresenta alternativas de turismo voltadas para e com as comunidades locais, colaborando com políticas públicas que consolidem o turismo como atividade de inclusão social e geração emprego e renda.
O livro foi organizado pelo Laboratório de Tecnologia de Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LTDS/UFRJ), em parceria com o Ministério e a Fundação Banco do Brasil, trazendo artigos de especialistas e as experiências de projetos que são desenvolvidos em diferentes pontos do país. Entre os capítulos do livro está a experiência do projeto “Ações prioritárias para a organização e inserção comunitária na implantação e gestão de atividades ecoturísticas no Complexo Estuarino do Cassurubá”, desenvolvido pela Ecomar (Associação dos Estudos Costeiros e Marinhos do Brasil), ONG executora do projeto Meros do Brasil. O projeto foi contemplado em edital do Ministério do Turismo de 2008, e tem como objetivo engajar a comunidade local na promoção de um turismo que evidencie a biodiversidade. Oferecendo atrações como observação de fauna e flora, canoagem e navegação, caminhadas em trilhas, ecociclismo, acampamento no ambiente natural e cavalgada. A idéia ainda é que as 300 famílias ribeirinhas que vivem no local possam apresentar seu modo de vida tradicional aos turistas, as festas como a de São Benedito e de São Cosme e Damião, os patrimônios arquitetônicos, além da degustação da culinária local. “Buscamos mobilizar e sensibilizar a comunidade local sobre a importância da implantação do ecoturismo, que possa incluí-la na prestação de serviços e gestão do ecoturismo para trazer benefícios econômicos”, explica o responsável pelo projeto, Paulo Beckemkamp, que como também é o responsável pelo”Meros do Brasil”, pretende integrar as ações dos projetos no âmbito do turismo local. Ele, inclusive, assumiu recentemente como vice-presidente do Comtur (Conselho Municipal de Turismo) de Caravelas.
Na foto, o gerente-executivo do “Meros do Brasil”, Paulo Beckenkamp, com o Secretário Municipal de Turismo de Bonito, Augusto Mariano.