Nos primeiros dias de março, o Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, realizou em parceria com o Arte Manha e Parque Nacional Marinho de Abrolhos, uma oficina de entalhe em madeira para a equipe do Parque Nacional (Parna) do Descobrimento, importante Unidade de Conservação brasileira que fica na cidade de Prado, na Bahia. Na ação foram confeccionadas 17 placas de identificação para espécies de árvores que compõem a Trilha da Gameleira.
A oficina foi desenvolvida em três dias e contou com a participação de serventes e vigilantes que auxiliam na limpeza das trilhas e ações de educação ambiental; brigadistas, responsáveis por combater possíveis incêndios florestais na área; e também gestores da UC. A demanda surgiu da chefe do Parna, Juliana C. Fukuda, como uma forma de aprimorar o conhecimento da equipe sobre as imponentes e nativas árvores como a gameleira – que dá nome à trilha – e a biriba-preta que constituem as florestas tropicais da costa atlântica do Brasil.
O abre-alas da ação foi uma breve conversa sobre o peixe mero e as ações do Projeto Meros do Brasil. Depois, ao longo de dois dias, as oficinas começaram pela separação e corte da madeira, passando pelas práticas de entalhe e foram finalizadas com as técnicas de acabamento em pintura tinta e verniz. O último dia foi reservado para a instalação do novo material com o apoio do Sr. Marinaldo de Souza Santos, um guia indígena que há muitos anos ajudou a abrir as trilhas do Parna e identificar as espécies que receberam as placas.
“Cada árvore foi identificada com os nomes popular, científico e família das espécies. Estas orientações servirão não só para os visitantes da Trilha, mas também para os agentes recém-chegados, que trabalharão na UC”, comenta Dó Galdino, coordenador do Meros na Bahia e supervisor da ação.
As placas foram confeccionadas a partir de madeira das espécies macanaíba ou sucupira amarela, arruda, cumumbá, baraúna e sapucaia, todas apreendidas em ações de fiscalização do Parna. Também foi utilizada a madeira exótica (amendoeira), há muito suprimida da área do Parque em locais onde foram construídas instalações.
Além deste trabalho, foram apresentadas aos participantes outras sugestões de práticas para aproveitamento da madeira, incluindo confecção de esculturas e móveis rústicos. “Com a nova habilidade adquirida, os participantes da oficina foram incentivados a seguir no ofício para a confecção de novas placas e de novos trabalhos em madeira como forma de ocupação ou até para a geração de complemento de renda”, conclui Dó.
Parque Nacional do Descobrimento
O Parque Nacional do Descobrimento foi criado em 1999 e é um um dos maiores fragmentos protegidos de Mata Atlântica sobre tabuleiros costeiros (platôs sedimentares que acompanham o litoral de todo o Nordeste brasileiro).
Está localizado totalmente no município de Prado, extremo sul do estado da Bahia, e é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como integrante do Sítio do Patrimônio Mundial Natural “Reserva da Mata Atlântica da Costa do Descobrimento”.
Além da flora, o Parna abriga espécies de aves e mamíferos ameaçados de extinção, como o papagaio chauã, o caititu e a anta, e é considerado um dos únicos e últimos redutos do mutum-do-sudeste. Na unidade encontram-se também o queixada, o macuco, o jabuti-amarelo e a onça parda, e uma riqueza de cursos d’água. Saiba mais, clicando aqui. Fonte: ICMBio