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Pesquisa genética

O projeto “Meros do Brasil” obteve mais uma conquista pela preservação do “Senhor das Pedras”. Os parceiros do projeto, a equipe do Laboratório de Genômica Evolutiva e Ambiental, do Departamento de Zoologia/UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) coordenada pelo Dr. Rodrigo A. Torres, também coordenador da área de genética do projeto, desenvolveram marcadores genéticos que diferenciam o Mero de outras espécies de serranídeos, em especial em relação àquelas com maior interesse pesqueiro.

“Uma das nossas metas no projeto era desenvolver uma ferramenta de genética forense capaz de inequivocamente poder identificar carne de Mero sendo vendida ilegalmente”, explica Torres. Os pesquisadores verificaram por meio do protocolo desenvolvido, que a base de diferenciação do Mero, em relação às outras espécies, está impressa no seu patrimônio genético, em especial no seu genoma mitocondrial. A equipe coordenada por Torres prospectaram a variância genética de Epinephelus itajara com base em 3 genes diferentes: 16S, Citocromo b Oxidase e o Barcoding – Citocromo C Oxidase subunidade I.

Segundo Torres, o processo é realizado da seguinte forma: extração do DNA, identificação dos genes por PCR (Polymerase Chain Reaction), utilização de enzimas de restrição específicas nos genes para obtenção do perfil genético dos Meros, para então, por comparação, confrontar com perfis obtidos para outros serranideos, objetivando diagnosticar a espécie.

Dessa forma, é possível coletar o mais ínfimo pedaço de carne, ou qualquer fragmento de tecido supostamente de Mero para extrair o DNA, obter o perfil genético e compará-la com um banco de perfis genéticos previamente desenvolvido. Se comprovado que o comércio do Mero está sendo realizado, o projeto vai poder combater esta prática ilegal, permitindo o encaminhamento das ações legais pertinentes.

A proposta é justamente coibir a pesca ilegal da espécie. “Buscávamos uma estratégia para constranger as pessoas que insistem em pescar e descaracterizar o Mero para vendê-lo abertamente. Agora será possível fazer esta identificação genética, sem que as características anatômicas do Mero sejam reconhecidas”, ressalta o pesquisador.

Vale lembrar que a captura e comercialização do Mero é proibida pela Portaria IBAMA 42/2007. A Universidade Federal de Pernambuco é parceira do projeto Meros do Brasil e o desenvolvimento desta ferramenta de genética forense contou com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental e também com o investimento do Edital Universal do CNPq-2007, destinado ao Laboratório de Genômica Evolutiva e Ambiental.

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