Com a colaboração voluntária de mais de 70 mergulhadores recreativos, pesquisadores investigaram a abundância e o uso de habitat do mero na costa Brasileira. Através do Programa de Pesquisa Participativa do projeto Meros do Brasil, mais de 180 relatos de ocorrência da espécie foram registrados em 13 estados brasileiros. Os principais locais de avistagem identificados foram os Parques Nacionais Marinhos de Abrolhos, Fernando de Noronha e recifes artificiais do Paraná, mais conhecido como Parque dos Meros. Ainda, no Parque dos Meros foram reportados vários indivíduos agregados durante consecutivos anos.
De acordo com o estudo habitats artificiais, como naufrágios, recifes artificiais e píeres, influenciam a profundidade de ocorrência dos meros, revelando que eles possuem preferências por determinadas estruturas. De acordo com o pesquisador Vinicius Giglio “Essas estruturas são habitats críticos para a espécie e devem ser consideradas em estratégias de conservação visando sua recuperação populacional.” Os autores sugerem ainda a criação e implementação de áreas marinhas protegidas para a conservação dos meros, especialmente em hábitats artificiais e locais, em especial, onde se agregam para reproduzir, consideradas de extrema relevância para conservação da espécie.
O estudo foi publicado na revista Neotropical Ichthyology e envolveu pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Coletivo Memórias do Mar, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).O artigo é de livre acesso e a cópia digital pode ser obtida através do link: DOI:10.1590/1982-0224-20130166
A pesquisa foi financiada pela Petrobras e Fundação Grupo o Boticário de Proteção à Natureza.
O projeto Meros do Brasil e autores do estudo agradecem todos os mergulhadores recreativos que colaboraram.
@petrobras