Em entrevista dada ao Projeto Meros do Brasil, o Coordenador-Geral do ICMBio, Ugo Eichler Vercillo, falou do trabalho que vem sendo realizado pelo ICMBio e dos resultados da oficina promovida no final de agosto:
Ugo – Bem, para começar, é importante descrever o trabalho que o ICMBio está conduzindo com a participação dos maiores especialistas brasileiros para identificar o risco de extinção da fauna brasileira que servirá, entre outras atividades, para a atualização da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.
PMB – Quais foram os resultados da Oficina de validação de algumas espécies aplicando a metodologia UICN?
Ugo – Bem, ao todo foram 1800 espécies validadas que serão objeto de análise por nossa equipe para sugerir a atualização da lista nacional de espécies ameaçadas. Ao final da análise seremos capazes de apresentar um quadro interessante para estes grupos.
PMB – Fale um pouco sobre a importância da avaliação do estado de conservação do mero, pelo ICMBio, com critérios e metodologia UICN?
Ugo – Como o objetivo nosso é identificar o risco de extinção de todas as espécies de vertebrados e alguns invertebrados buscamos utilizar o
método mais testado e difundido no mundo e capaz de permitir
comparação entre grupos de espécies distintas e entre diferentes
regiões, por isso escolhemos o método da UICN.
O resultado destas avaliações são de grande relevância para o ICMBio
pois além de permitir a atualização da lista nacional de espécies
ameaçadas de extinção, permite-nos identificar as principais pressões
e oportunidades de conservação para todas as espécies e subsidiar
ações do próprio ICMBio, como a elaboração de um Plano de Ação ou
mesmo subsidiar pareceres técnicos referentes a empreendimentos ou o
próprio ordenamento pesqueiro.
Para o mero, utilizamos toda a informação avaliada e o resultado do
trabalho para propor a renovação da portaria que proíbe a captura do
mero.
PMB – O senhor acredita que a validação da avaliação do mero pode contribuir para o processo de renovação da Portaria nº 42?
Ugo – Com certeza, nosso posicionamento foi baseado no processo de avaliação da espécie que subsidiará o posicionamento do MMA no âmbito do Comitê Técnico de Gestão dos Recursos Pesqueiros, que é responsável pela proposição dos atos normativos para o ordenamento pesqueiro no Brasil.
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