Amostras de DNA de exemplares de mero têm sido coletadas para estudar sua diversidade genética e usadas no estudo forense que, segundo Leonardo Machado, pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo, permite distinguir se as postas de peixe comercializados na região são de meros, o que é considerado um crime ambiental. As coletas são feitas principalmente em meros juvenis com o objetivo a conservação da espécie.
Júnio Damasceno, aluno do Doutorado do Programa de Oceanografia Ambiental da UFES, diz que a avaliação do DNA dos meros, coletados no Norte do Espírito Santo, é feita de acordo com a diversidade genética de um grupo: “Uma espécie que mantém um grupo populacional com maior diversidade genética, teria provavelmente, maior capacidade de sobrevivência no futuro diante de grandes adversidades ambientais. Quando o grupo populacional se torna reduzido, há uma grande chance de apresentar baixo nível de variabilidade genética e maior relacionamento de parentesco. Esta informação é muito importante para que medidas conservacionistas e planos de manejo sejam realizados para proteger a espécie”.
Além do Norte do Espírito Santo, os estudos também serão feitos em outras áreas focais do Projeto Meros do Brasil, como Santa Catarina, sul da Bahia, Pernambuco e Pará. Porém, o foco principal tem sido o Espírito Santo, pois, de acordo com Júnio, o estado apresenta ambientes importantes para a conservação como os estuarinos – ambiente aquático transicional entre um rio e o mar – e manguezais. No norte do estado, os meros ocupam esses ambientes durante a fase juvenil que pode durar aproximadamente cinco anos, portanto, são locais muito importantes para conservação e proteção da espécie.
O Projeto Meros do Brasil é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental.