Patrocínio oficial

Notícias

23 MEROS ABATIDOS FORAM APREENDIDOS NO PARÁ

O Dr. Matheus Freitas, que faz parte da coordenação científica do PMB, explica: “Uma captura com essa quantidade de meros, só pode ter acontecido em cima de uma agregação reprodutiva, afinal, até onde sabemos, meros só formam grandes cardumes para reproduzir. A consequência é uma redução populacional direta porque você tira a vida de 23 indivíduos adultos e reprodutores que poderiam contribuir com uma nova geração de meros muito grande”.

 

 

Para dificultar a identificação dos meros, o comércio ilegal costuma remover a pele e a cabeça dos peixes logo que chegam do mar.

 

Desde 2002, a captura, o beneficiamento, o transporte e/ou a comercialização do mero são práticas proibidas em todo o território nacional. Infratores estão sujeitos à detenção, multa, ou ambas as penas cumulativas (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008).

 

Porém, o mero continua a ser visado por fatores como tamanho, valor comercial e facilidade de captura. Apesar de imponentes (um mero pode chegar a 2,5 metros e pesar mais de 400 quilos), meros são dóceis e não temem a presença humana, tornando-se assim um “alvo fácil”.

 

Além disso, as agregações reprodutivas são previsíveis no tempo e no espaço – acontecem numa época e local determinados previamente – e acabam expondo as populações ali presentes à pesca excessiva. Para quem pesca num local de agregação, parece que a espécie é abundante, mas enquanto a captura por unidade de esforço permanece elevada, os estoques declinam.

 

Globalmente, o mero é considerado Vulnerável (VU) de acordo com seu risco de extinção, porém no Brasil, a espécie está Criticamente em Perigo (CR), e se subir uma categoria, de acordo com a classificação de ameaça, poderá ser reclassificado como Extinto Regionalmente (RE).

 

“Peixes não são apenas recursos pesqueiros, mas também são parte da biodiversidade. É muito fácil nos solidarizarmos com imagens de onças pintadas e elefantes sendo abatidos, mas não temos a mesma compaixão com a maioria dos peixes, que em muitos casos, estão tão ou mais ameaçados que as onças e elefantes, ou golfinhos e baleias. É preciso lembrar que extinção é para sempre”, conclui Freitas. 

 

De acordo com um jornal local, os meros apreendidos em Bragança foram doados para hospitais e instituições do município.

 

Crédito das fotos: Vigilância Sanitária de Bragança

plugins premium WordPress