Coordenador
Dr. Cláudio Luis Santos Sampaio
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Possuindo cerca de 230 km de litoral, Alagoas é um estado que vive a cultura oceânica mesmo antes da colonização portuguesa, quando era habitado por povos originários Caetés, exímios pescadores e conhecedores das águas.
Alagoas abriga uma ampla diversidade de ambientes, como grandes áreas de recifes de corais, lagoas costeiras, manguezais e naufrágios históricos, que são propícios para o mero (Epinephelus itajara).
O estado também apresenta importantes unidades de conservação federais como a APA Costa dos Corais, APA de Piaçabuçu e a RESEX Marinha da Lagoa do Jequiá, que tem como foco a proteção da biodiversidade e da cultura local, promovendo o uso sustentável dos recursos, por meio da gestão de atividades economicamente importantes para o litoral alagoano como a pesca e o turismo.
Apesar da grande riqueza natural, o litoral alagoano sofre com a intensa pressão antrópica por meio de impactos de origem local (poluição, sobrepesca e destruição de habitats) e global (aquecimento e acidificação do oceano), justificando ações de pesquisa, conservação e educação ambiental voltadas aos ecossistemas marinhos costeiros e ao mero.
Desta maneira, em 2018, o estado foi incluído oficialmente no Projeto Meros do Brasil, por meio do Laboratório de Ictiologia e Conservação (LIC) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizado na histórica cidade de Penedo, às margens do Rio São Francisco e a poucos quilômetros do mar.
Desde então o Meros realiza no estado diversas atividades culturais e ambientais, e participa da discussão de políticas públicas, onde se destacam o lançamento do documentário Itajara no tradicional festival de cinema, o Circuito Penedo de Cinema em 2019; e a inserção do Meros do Brasil na vice-presidência do Conselho Municipal de Meio Ambiente, no ano de 2021.
As ações abrangem todo litoral alagoano, e as atividades de educação ambiental e pesquisa também são desenvolvidas em estados vizinhos, como Sergipe e Bahia.
Dentre as atividades, destacam-se as de sensibilização ambiental, apoio às Unidades de Conservação e comunidades tradicionais, apoio às ações de gestão da pesca e incentivo ao turismo de observação de meros. As pesquisas são voltadas à prospecção de exemplares da espécie e à conservação da biodiversidade, por meio da capacitação, monitoramento pesqueiro, mergulho científico, acesso do conhecimento ecológico de pescadores, pesquisa participativa e câmeras remotas iscadas (ou como são conhecidos na sigla original BRUV’s – Baited Remote Underwater Video).