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Projeto em Ilhéus

O Instituto Floresta Viva e o Laboratório de Análise e Planejamento Ambiental da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), com apoio do projeto “Meros do Brasil”, através da Ecomar – Associação de Estudos Costeiros e Marinhos dos Abrolhos, e financiamento da Fundação SOS Mata Atlântica e da Fapesp, dão início a um projeto de pesquisa visando a delimitação e zoneamento da Unidade de Conservação Marinha do Parque Municipal Marinho no litoral de Ilhéus (BA), visando justamente a preservação do Mero (Ephinepelus Itajara).

O parque foi criado por lei municipal em 2006, por pressão de setores da comunidade ilheense, que propuseram a criação de uma Unidade de Conservação Marinha (UCM) para proteção do local de agregação reprodutiva dos Meros existente na Pedra de Ilhéus. O local é estratégico, pois conta com extensos manguezais e águas cálidas que propiciam a permanência da espécie.

Os objetivos principais do projeto são avaliar a importância dos habitats marinhos para a espécie nas imediações da Pedra de Ilhéus e também para as atividades humanas, identificar possíveis conflitos entre os interesses de preservação do mero e a utilização dos recursos pesqueiros, e com isso, propor limites e categorias de manejo e zoneamento para potencializar a preservação do mero e minimizar seu impacto sobre a pesca artesanal e outras atividades humanas desenvolvidas no local.

Segundo um dos coordenadores do projeto de pesquisa, Gil Marcelo Reuss, está sendo elaborado um Sistema de Informações Geográficas incluindo dados de capturas realizadas entre as décadas de 70 e 90, entrevistas aplicadas a pescadores artesanais e aos ex-caçadores submarinos, para levantar informações sobre captura e esforço de pesca, bem como época do ano, tamanho, peso e estágio de maturação. Também serão incluídos no SIG, dados referentes a levantamento batimétrico, mapeamento de habitats marinhos, censos de ictiofauna e monitoramento dos usos do mar. A ocorrência atual de agregações reprodutivas de meros será investigada por mergulhos autônomos nos locais onde os meros eram capturados. Isso servirá para apoiar a delimitação das zonas de manejo da UCM (incluindo zonas de exclusão, uso e amortecimento) e suas respectivas estratégias, com base no mapeamento da importância dos habitats para o mero, bem como das zonas de conflito.

“A idéia é mostrar que o Mero poder ser mais valioso vivo do que morto, através do turismo submarino, por exemplo”, explica Reuss. Ele ainda frisa que com a criação de um parque marinho as comunidades tradicionais poderiam ser capacitadas para prestar serviços a mergulhadores e outros turistas, apropriando-se assim do recurso ‘mero’, sem a necessidade de capturá-lo.

A implantação de Unidades de Conservação Marinhas são de vital importância para sobrevivência de espécies ameaçadas como o mero, mas elas devem ser aliadas a um desenho espacial que permita a estas espécies completarem seus ciclos de vida, alerta o pesquisador.

Na foto, área do Parque Municipal Marinho em Ilhéus

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