Um mero de 2,38 metros foi encontrado encalhado em 25 de outubro na Praia da Tapera, em Florianópolis — o segundo maior registrado pelo Projeto Meros do Brasil em mais de 23 anos de monitoramento. Estimado em cerca de 30 anos de idade, o exemplar era um grande reprodutor e representa um registro histórico para a conservação da espécie, que é criticamente ameaçada.
A notificação do encalhe chegou via Programa de Monitoramento de Praias. Em seguida, nossa equipe foi até o local para coletar amostras de otólitos, espinhos, músculos e conteúdo estomacal, fundamentais para entender idade, genética, contaminação e outros aspectos da bioecologia do mero.
“Conseguir amostras biológicas desses animais encalhados é essencial para o Projeto Meros, uma vez que a espécie é protegida por lei e seguimos uma linha de amostras não-destrutivas com os animais vivos, ou seja, não há necessidade de matar um animal para poder estudá-lo. Apesar do alto grau de decomposição, o que muitas vezes impede a determinação da causa da morte, as informações obtidas e o histórico de encalhes ajudam a compreender também os fatores ambientais que podem influenciar na mortalidade desses animais”, explica Áthila Bertoncini, coordenador do Projeto Meros em Santa Catarina.
Números de encalhe em Santa Catarina
Entre outubro e novembro deste ano o Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras e Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental, recebeu notificação de 13 encalhes de mero, seis deles em Santa Catarina. Essa concentração pode ser reflexo da alta densidade populacional da espécie, já que o estado é o limite sul de distribuição do mero, onde águas mais frias podem intensificar esses eventos.
Por que notificar um encalhe?
Desde 2012 acompanhamos casos de meros encalhados no país. As amostras coletadas nos ajudam a entender como os meros se alimentam, onde costumam viver, qual a idade e se há presença de contaminantes nos exemplares. Os dados obtidos são essenciais para orientar políticas públicas de conservação.A colaboração da população é fundamental: avistou um mero vivo ou morto? Entre em contato pelas redes sociais @merosdobrasil ou pelo telefone (21) 99644-7157 (WhatsApp Fale Mero).
Crédito da foto: Raiane Guidi