É muito comum que praticantes da pesca amadora vejam e até mesmo capturem espécies que não são o alvo de suas pescarias. Um exemplo disso, são os vários registros da pesca de meros (Epinephelus itajara) em regiões estuarinas de Norte a Sul do Brasil, onde o alvo geralmente são espécies valorizadas pela gastronomia local ou peixes considerados esportivos, como o robalo-flecha, a pescada amarela, e outros.
A captura intencional, beneficiamento, transporte e comercialização dos meros são práticas proibidas no Brasil e consideradas crime ambiental sujeito à multas desde 2002. Pescarias não intencionais da espécie, não trazem nenhum problema legal à pescadora ou pescador, mas ao pegar um mero, boas práticas de manejo são recomendadas para minimizar possíveis lesões ou até mesmo a morte deste peixe criticamente ameaçado de extinção.
Então, para seguir vivenciando de forma responsável a experiência de imersão na natureza que o pesque e solte oferece, confira aqui sete dicas e procedimentos de cuidados que podem ser utilizados ao pescar um mero ou outras espécies:
1 – Utilize linhas e iscas de qualidade para evitar que o peixe escape com o anzol/isca/linha presos em sua boca;
2 – Utilize puçás de silicone e segure o peixe sem luva ou pano, pois materiais abrasivos podem remover o muco e escamas, que protegem esses animais contra infecções;
3 – Remova o anzol da boca do peixe com ele dentro da água;
4 – Nunca segure peixes pelos olhos, pela boca sem apoio ou nas guelras (brânquias). Essas são regiões sensíveis que se manuseadas podem provocar lesões graves;
5 – Se o peixe que você pescou tiver engolido o anzol, não tente removê-lo, corte a linha o mais curto possível;
6 – Para fotografar, segure o peixe cuidadosamente com as duas mãos, sempre na posição horizontal. Uma mão posicionada na boca do peixe (usando o dedão como pinça) e a outra na região da base da cauda;
7 – Sempre solte o peixe na posição horizontal e observe se está bem recuperado, com bons reflexos e sem sinais de barotrauma.
Agora, se você pescou um mero, a dica mais valiosa é registrar e enviar fotos e vídeos juntamente com informações de data, tamanho e lugar da pescaria para a nossa equipe. O Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras e pelo Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental, recebe registros de meros há sete anos através do programa de ciência cidadã “Viu um mero? Conta pra gente”.
Esse banco de dados, que já conta com cerca de 2 mil registros, foi criado a partir de informações recebidas por pescadores e pescadores de todo Brasil e nos ajuda a implementar medidas de conservação da espécie pela costa do país.
Para enviar suas informações é bem fácil: escreva um e-mail para participe@merosdobrasil.org; ou, envie uma mensagem para o Fale Mero, nosso número de WhatsApp (21) 99644-7157; ou ainda, poste seu registro na rede social Instagram e marque o Projeto @merosdobrasil.
Acessando aqui você pode fazer o download gratuito da publicação “Guia de boas práticas de pesque e solte” e obter mais dicas e informações das nossas iniciativas junto a praticantes de pesca amadora.
Texto: Johnatas Adelir Alves
Crédito da foto: Gabriel Marchi