Os manguezais são ambientes fundamentais para a reprodução e o desenvolvimento de diversas espécies de peixes de interesse comercial. Funcionam como berçários naturais, oferecendo alimento, abrigo e proteção, especialmente nas fases iniciais de vida, como ovos, larvas e juvenis. Espécies como robalos (Centropomus spp.), tainhas ((Mugil spp.) e vermelhos (Lutjanus spp.) utilizam esse habitat para crescer com maior segurança, graças à grande oferta de nutrientes e à estrutura das raízes do mangue, que criam refúgios contra predadores.
Essa vegetação peculiar é altamente produtiva: a decomposição de folhas, detritos e organismos invertebrados gera grande quantidade de matéria orgânica, base alimentar para muitos peixes e outros organismos aquáticos. A abundância de alimento, somada à proteção oferecida pelas raízes entrelaçadas que formam verdadeiros labirintos naturais, aumenta significativamente a sobrevivência dos juvenis até que atinjam o tamanho ideal para a reprodução.
Entre essas espécies está o mero (Epinephelus itajara), um dos maiores peixes recifais do Atlântico. Seus juvenis vivem nos manguezais, alimentando-se e se protegendo até atingirem a fase adulta, quando migram para o mar aberto. Essa conexão entre diferentes ambientes torna os manguezais ainda mais importantes para o ciclo de vida do mero.
Contudo, a poluição, a degradação dos habitats costeiros e a pesca ilegal colocaram o mero em risco de extinção. Hoje, sua captura e comercialização são proibidas por lei. Por essa razão, proteger os manguezais é uma medida urgente — não apenas para conservar o mero, mas também para garantir a sustentabilidade da pesca e os meios de subsistência de muitas comunidades costeiras.Junte-se ao Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras e pelo Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental, nessa missão de conservação! Siga nossas redes sociais!
Texto: Marina Custódio Nascimento
Crédito foto de capa: Áthila Bertoncini