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Monitorando a fauna marinha com BRUVs

Saiba como essa tecnologia pode apoiar a conservação da biodiversidade marinha brasileira

Você já ouviu falar em BRUVs? A sigla significa Baited Remote Underwater Video System (Sistema de Vídeo Remoto Subaquático com Isca, em tradução livre) e o nome já dá a dica. Essa tecnologia permite registrar imagens de peixes, crustáceos e outras espécies em seu habitat natural, sem causar perturbação ao ecossistema.

Desde 2021, o Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras e Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental, vem utilizando os BRUVs para estudar e preservar espécies ameaçadas, como o mero (Epinephelus itajara), analisar seu comportamento e avaliar a saúde dos ecossistemas. O funcionamento é simples, mas eficaz: uma câmera é fixada em uma estrutura metálica e posicionada de frente para um saco de iscas. A isca atrai os animais, que são filmados enquanto a estrutura permanece submersa por cerca de 40 minutos.

Durante o verão, quando as águas são mais claras, os BRUVs são utilizados na Bahia e em Alagoas para medir e catalogar a diversidade e abundância de espécies em recifes de coral e arenito, em manguezais e estruturas artificiais – como píeres, pontes, enrocamentos e naufrágios. Em Santa Catarina, a tecnologia ganha um diferencial: neste estado, são usados BRUVs stereo, equipados com duas câmeras simultâneas. Esse recurso permite calcular com precisão o tamanho dos meros registrados, trazendo um avanço inédito para os estudos da espécie. “Pela primeira vez, conseguiremos medir com exatidão o tamanho dos meros em suas agregaçõesreprodutivas”, explica Áthila Bertoncini, coordenador do projeto em Santa Catarina.

Pois é! A utilização dos BRUVs permite a coleta de dados valiosos, e além de auxiliar na conservação, essa tecnologia proporciona imagens incríveis do “gigante dos mares” em seu habitat natural, aproximando a ciência da sociedade.


Imagem de capa: Áthila Bertoncini
Imagem 1: BRUV pronto para submersão – José de Anchieta
Imagem 2: Registro da câmera anexada no BRUV – José de Anchieta
Imagem 3: BRUV stereo que permite calcular o tamanho exato do peixe avistado – Áthila Bertoncini

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