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Meros do Brasil promove ação de recuperação do manguezal da Baía de Guanabara

O manguezal da Baía de Guanabara ganhou na última sexta-feira, dia 23 de junho, o plantio de 400 mudas de mangue que ocuparam três hectares na região do Rio Caceribu, dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) Guapi-Mirim. A iniciativa, capitaneada pelo Projeto Meros do Brasil, contou com a parceria da Cooperativa Manguezal Fluminense, a presença da REDAGUA – composta pelos projetos Coral Vivo, Guapiaçu, Meros e UÇÁ – e do Projeto Aruanã, todos patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

O objetivo da ação é recuperar o manguezal da Baía, conectando um trecho degradado a um conservado. Em duas horas, foram plantadas mudas de três espécies, com um distanciamento de cerca de dois metros e meio entre elas. A metodologia do plantio foi criada pela própria cooperativa, que tem mais de dez anos de experiência. “Em seis meses as mudas já estarão crescidas e capazes de fornecer sementes”, disse a bióloga Luana Seixas, supervisora de educação ambiental do Projeto Meros no Rio de Janeiro

O manguezal é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Considerado um dos mais produtivos do planeta, oferece uma grande variedade de serviços ambientais que dão suporte a atividades econômicas e também asseguram a integridade ambiental em áreas costeiras. Além disso, abriga um grande número de espécies da fauna que os utilizam para reprodução, berçário e abrigo. O peixe mero, em risco de extinção no Brasil, classificado como Criticamente em Perigo, é uma dessas espécies.

A Baía de Guanabara era toda rodeada de manguezal, no entanto, quase tudo foi aterrado, segundo Alaildo Malafaia, presidente e coordenador de restauração na Cooperativa Manguezal Fluminense. A criação da APA Guapi-Mirim, situada na porção leste da Baía de Guanabara, garantiu a conservação de parte do manguezal nos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo, o que evitou a extinção completa do ecossistema na Baía.

“A recuperação de manguezal é importante para todos, para os animais, para o catador de caranguejos, para o pescador artesanal. E quando se fala de restauração, de plantio de mangue, é para o planeta, nunca só para a Baía de Guanabara”, afirma Malafaia, pontuando que desde 2009 o ecossistema local da Baía vem sendo recuperado a partir do plantio de mangue.

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Meros vivem de 6 a 8 anos de vida no manguezal

O Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, foi criado em 2002, está presente em nove estados da costa do Brasil, entre eles Rio de Janeiro, e tem como objetivo garantir a conservação dos ecossistemas marinhos e do mero, considerado a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico.

“Os meros passam boa parte da vida nos manguezais. A reprodução acontece em mar aberto, nas agregações reprodutivas. A fecundação é externa e se dá no momento em que a fêmea lança milhões de ovócitos na água ao mesmo tempo que diversos machos lançam seus espermatozóides. Os ovócitos se transformam em larvas que passam entre 35 e 80 dias limitados às corrente marinhas, até chegarem aos manguezais onde pequenos juvenis de meros vão passar os primeiros 6 a 8 anos de vida, retornando ao oceano somente sexualmente maduros, ou seja, já adultos, quando poderão medir mais de 2 metros de comprimento e pesar cerca de 250 quilos”, explica Luana Seixas, bióloga e supervisora de educação ambiental do Meros no Rio de Janeiro.

O mero, também conhecido como senhor das pedras, é um peixe marinho da família das garoupas que habita águas tropicais e subtropicais do oceano Atlântico.Vivem em média 40 anos e, assim como o tubarão, está no topo da cadeia alimentar marinha e é uma espécie muito importante para a manutenção do equilíbrio ambiental.

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Manguezal e meros em perigo

O plantio de mudas de mangue pelo projeto Meros busca apoiar na recuperação desse ecossistema tão importante para o peixe mero, tendo em vista que uma das principais ameaças à espécie é a supressão desses ambientes.

Segundo estudo do ICMBio, 25% da extensão de Manguezal no Brasil foi destruída desde o começo do século 20. A situação é particularmente séria nas regiões Nordeste e Sudeste, que apresentam um grande nível de fragmentação e onde estimativas recentes sugerem que cerca de 40% do que foi um dia uma extensão contínua de manguezais foi suprimido.

“Além dos manguezais serem fundamentais para o ciclo de vida dos meros, estudos recentes mostram o imenso poder de absorção de dióxido de carbono dos mangues, que podem chegar a armazenar quatro vezes mais carbono por metro quadrado na comparação com outros ecossistemas, incluindo o amazônico. Mesmo com toda degradação histórica e atual desse ecossistema, o Brasil é o país com uma das maiores áreas de manguezais do mundo”, explica Jonas Leite, coordenador do Meros no Rio de Janeiro.

Dessa forma, a ação acompanha o movimento global da Década da Restauração de Ecossistemas da ONU.

Crédito das imagens: Maíra Borgonha e Paulo Porfírio Querino

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