MERO GIGANTE É ENCONTRADO ENCALHADO EM SANTA CATARINA - Projetos Meros do Brasil

Mero de 2,30 metros e aproximadamente 200 quilos é encontrado morto

na praia do Capri em São Francisco do Sul, Santa Catarina.

Já são três apenas no último mês, causas ainda são desconhecidas

 

Um mero de 2,30 metros e aproximadamente 200 quilos foi encontrado encalhado e sem vida na praia do Capri, em São Francisco do Sul, norte do estado de Santa Catarina, pelo Projeto Monitoramento de Praias (PMP-BS Trecho 05).

Com o apoio do Instituto Comar e do Iate Clube do Capri, os pesquisadores do Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, conseguiram chegar ao local do encalhe e coletar amostras - tecido, otólitos e raios da nadadeira - que depois de analisadas poderão nos ajudar a descobrir por exemplo o grau de contaminação do animal por mercúrio e outros metais pesados, sua idade, e as possíveis relações de parentesco deste exemplar com outros meros já amostrados.

“Para se ter uma ideia da importância desse registro, um mero de 2,30 m de comprimento é muito superior aos registros do pesquisador Lewis Bullock e colaboradores em 1992, trabalho pioneiro de idade e crescimento para a espécie realizado na Flórida, Estados Unidos, onde o maior exemplar amostrado tinha 2,09 m, o qual tinha uma idade estimada próxima dos 30 anos”, de acordo com  o gerente de pesquisa e coordenador do Meros em Santa Catarina Dr. Áthila Bertoncini. “Meros deste tamanho são raríssimos de serem registrados em toda a área de ocorrência da espécie, principalmente nos dias atuais. No ano de 2012, tivemos um mero de 2,15 m de comprimento encalhado nas proximidades da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. Vale lembrar que Santa Catarina é o limite sul de ocorrência de meros no Atlântico oeste, e abriga a maior agregação reprodutiva de meros já registrada no Brasil, portanto é primordial compreender o que acontece com os meros nesta área para estabelecer medidas adequadas de conservação”, complementa.

Anualmente, meros aparecem mortos na zona costeira. No entanto, diversos fatores podem ocasionar a morte de um exemplar da espécie, que, eventualmente, chegará à costa pelo movimento das correntes. Doenças comuns aos meros, eventos de ressurgência (a subida de águas frias e ricas em nutrientes para a superfície), interação com a pesca que resultam na captura incidental ou intencional, e a poluição marinha podem ser apontados como alguns desses fatores.

“Pode ser uma morte natural ou pode ter sido alguma doença. Também devido a um estresse ambiental como uma alteração abrupta na temperatura da água ou um grande crescimento de algas que diminui a concentração de oxigênio. A gente sempre busca analisar esses indivíduos para tentar definir qual a causa da morte, às vezes eles têm sinais de acidentes (colisões com embarcações) ou alguma interação com petrechos de pesca, anzóis ou  arpão”, detalha o pesquisador do Meros em Santa Catarina Dr. Johnatas Alves.

Viu um mero encalhado? Fale Mero

Meros (Epinephelus itajara) são peixes ameaçados de extinção. Assim, as amostragens realizadas pelo Projeto Meros usam essencialmente métodos não letais, ou seja, os exemplares são cuidadosamente amostrados e devolvidos à natureza. Mas, algumas amostras valiosas para a pesquisa - como os otólitos (deposição de carbonato de cálcio localizadas  no ouvido interno dos meros) e podem indicar a idade e até mesmo o local de nascimento do exemplar -, só podem ser obtidas de animais mortos.

Agora que você já sabe porque notificar um encalhe é tão importante, em caso de avistagem de um mero vivo ou morto na beira da praia, em uma área de manguezal ou mesmo em alto-mar, entre em contato com a Rede Meros ao longo da costa brasileira através do Fale Mero, número de telefone e WhatsApp 0XX21 99644-7157, das nossas redes sociais (@merosdobrasil, no Instagram ou página do Meros do Brasil no Facebook), ou pelo e-mail (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.). Sua informação é extremamente importante para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa e conservação da espécie.

 

We use cookies

We use cookies on our website. Some of them are essential for the operation of the site, while others help us to improve this site and the user experience (tracking cookies). You can decide for yourself whether you want to allow cookies or not. Please note that if you reject them, you may not be able to use all the functionalities of the site.