Em duas décadas de trabalho, o Projeto tem oferecido os principais subsídios para a recuperação das populações de meros na costa brasileira. Estudos de biologia da conservação e populacional, poluição marinha, genética, valoração ambiental e aquacultura têm contribuído com a criação de políticas públicas direcionadas para a espécie e os ambientes marinho-costeiros. Entre esses está a implantação da moratória nacional de pesca, que teve participação fundamental dos pesquisadores do Meros, da sociedade e das instituições governamentais responsáveis e foi pioneira para uma espécie de peixe marinho no Brasil.
Biologia da conservação e populacional
Como se reproduzem, em que época, quantos anos vivem, o que comem, estes são aspectos da história de vida de uma espécie importantes para as estratégias de manejo e conservação. O PMB desde 2002 vem coletando estas informações dos meros ao longo da costa brasileira, através de técnicas não letais, mas também de exemplares encalhados mortos em praias ou provenientes de apreensões ilegais. Estes resultados têm dado subsídios às políticas públicas (ex. Moratória de pesca) e direcionamento dos esforços de pesquisa de nossa equipe. Diversos artigos científicos já foram publicados envolvendo diversas destas temáticas e podem ser consultados aqui (Inserir o link para as publicações).
Ao longo de todos esses anos, a parceria com diversos setores da pesca, seja artesanal ou recreativa (subaquática e esportiva) foi fundamental para a obtenção destes dados e informações chave sobre locais de ocorrência de meros.
Poluição marinha
Genética
Valoração ambiental
A valoração ambiental nos ajuda a estimar o valor que os meros vivos possuem na natureza, e demonstrar que a espécie, tem um potencial econômico muito maior do que o ganho com a pesca representa. Com essa pesquisa, procuramos evidências científicas de que um mero vivo vale mais do que um mero capturado.
Um exemplar vivo pode ser visto por inúmeros mergulhadores em diferentes oportunidades, fomentando o turismo de observação. O ecoturismo, que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural, impulsiona uma nova cadeia produtiva local, gerando novos empregos e consequentemente renda para todos os envolvidos, e, além disso, gera novos valores à medida que permite a integração da população com o ambiente natural. Quer dizer, está fundado nos conceitos de educação, conservação e sustentabilidade.
Agora, se esse mesmo peixe for capturado, ele jamais poderá gerar renda novamente. A venda do pescado trará lucro apenas uma vez.
Pesquisas como essa esclarecem questões que contribuem para as tomadas de decisões em favor da preservação da natureza como alternativa para a geração de recursos financeiros.
Aquacultura
Com o objetivo de reproduzir meros em cativeiro muitas áreas são trabalhadas conjuntamente. Uma delas é o bem-estar animal e o desenvolvimento de ferramentas para avaliar a condição de bem-estar, como o estudo hematológico ("exame de sangue").
A exemplo de outros vertebrados, o "exame de sangue" diz muito sobre os meros. Indica, por exemplo, a situação nutricional e imunológica dos exemplares, e permite identificar e solucionar problemas de saúde precocemente. No aspecto da reprodução, o hemograma nos ajuda a identificar níveis hormonais para saber o momento em que os peixes estarão aptos à reprodução.
Esta linha de pesquisa também nos ajuda a definir parâmetros de referência que possam ser utilizados comparativamente entre animais da natureza e mantidos em cativeiro sob diferentes condições